A pandemia de covid-19 deixou marcas profundas na vida de muitas pessoas, principalmente quando o assunto foi a saúde mental da população das Américas.
Nesse período, os tratamentos para depressão, ansiedade e outras condições foram limitados, fazendo com que as pessoas não tivessem muitas saídas para conseguir se tratar.
Essa situação tornou-se ainda mais grave quando diversos países limitaram seus orçamentos relacionados à saúde mental, fazendo com que o acesso a tratamentos fosse ainda mais limitado.
Tudo isso foi analisado em um relatório realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que mostrou insights interessantes sobre como a saúde mental é vista pelos governos das Américas. Neste artigo, você conhecerá os principais pontos do relatório.
Saúde mental piora durante a pandemia
Durante a pandemia de covid-19, a saúde mental da população das Américas enfrentou um desafio sem precedentes.
Segundo o relatório, houve um aumento de 32% nos diagnósticos de transtornos de ansiedade e de 35% nos de depressão.
Esses números de diagnósticos aumentaram devido aos impactos que a pandemia teve na vida de diversas pessoas, que precisaram enfrentar:
- alta do desemprego;
- insegurança financeira;
- luto pela perda de entes queridos;
- ansiedade contínua;
- peso emocional de viver na maior crise sanitária da história.
Além disso, o isolamento social, a incerteza em relação ao futuro e a interrupção das rotinas diárias também desempenharam um papel significativo no agravamento da saúde mental.
A sensação de solidão e o distanciamento social tiveram impactos negativos na saúde emocional das pessoas.
Cerca de 80% das pessoas não tiveram acesso a tratamento
O relatório também revelou uma situação alarmante: aproximadamente 80% das pessoas com problemas graves de saúde mental não receberam o acesso adequado aos tratamentos necessários ao longo do ano de 2020.
Esse cenário angustiante demonstra uma lacuna significativa na assistência à saúde mental oferecida pelo Estado, com sérias implicações para o bem-estar da população.
Um dos fatores cruciais para a falta de acesso é a insuficiência de investimentos em saúde mental por parte dos países da região, que raramente ultrapassam 3% do orçamento total destinado à saúde.
Além disso, a interrupção dos serviços de saúde mental em 65% dos países durante o ano de 2020 piorou ainda mais a situação, privando as pessoas de cuidados essenciais.
Outros desafios além desses incluem a hospitalização prolongada, a falta de profissionais de saúde mental treinados e a dificuldade de acesso a serviços para aqueles que vivem em regiões mais vulneráveis.
Tais obstáculos ampliam a distância entre os pacientes e os tratamentos necessários, perpetuando o sofrimento de muitos.
Por isso é crucial que os governos e as organizações de saúde reavaliem investimentos e políticas relacionadas à saúde mental, a fim de preencher essa lacuna preocupante e garantir que as pessoas tenham acesso a tratamentos e ao apoio de que necessitam para lidar com os desafios de saúde mental.
OPAS oferece orientações para integrar a saúde mental
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apresentou algumas instruções essenciais para a integração eficaz da saúde mental nas políticas governamentais. Suas orientações incluem a necessidade de:
- incorporar a saúde mental em outras políticas de Estado;
- investir em pesquisa e coleta de dados para compreender melhor os desafios e as necessidades das comunidades em relação à saúde mental;
- proteger os direitos humanos das pessoas que enfrentam problemas de saúde mental;
- combater o racismo e a discriminação racial, reconhecendo a conexão direta com a saúde mental.
Essas diretrizes são fundamentais para criar uma sociedade mais equitativa e proporcionar apoio adequado às pessoas que enfrentam desafios de saúde mental.
Ao segui-las, os países podem entender a importância de cuidar da saúde mental e, assim, aplicar essas e outras ações para promover o bem-estar geral da população.