Clientes exigentes e conscientes de suas responsabilidades procuram produtos sustentáveis e cada vez mais naturais.
“O fim da pandemia representa um renascimento e uma oportunidade de se reinventar.” Esse é o primeiro insight da pesquisa O Futuro da Beleza, que ouviu 2.700 pessoas para entender como a relação da população com seus cuidados pessoais está mudando no país.
Com as mudanças climáticas cada vez mais presentes, as entrevistas deixaram claro que os consumidores estão ficando preocupados com o impacto ambiental de suas compras e que produtos como cosméticos orgânicos devem ganhar mais espaço no mercado.
O resultado mostra uma tendência que já vem se desenhando em outras áreas do consumo: as empresas serão cada vez mais cobradas por suas responsabilidades ambiental e social, não apenas no produto final, mas em todas as etapas de suas cadeias de produção.
Mais de 50% dos ouvidos pela pesquisa afirmaram ter o hábito de olhar a lista de ingredientes dos cosméticos e preferir empresas que tenham boa reputação na atuação socioambiental. Produtos de origem natural e empresas que investem em matéria-prima local saem na frente.
As entrevistas foram feitas pelo aplicativo MeSeems — a maior rede social de opinião do país — e ouviu homens e mulheres das cinco regiões do país, das classes A, B e C e em uma faixa etária que varia de 18 a mais de 45 anos. Ou seja, trata-se de uma amostra diversa, o que torna as conclusões ainda mais relevantes.
Conforto está em alta
A pesquisa mostrou também que as pessoas passam a se preocupar cada vez menos com a opinião dos outros. Muitas afirmaram, inclusive, que vão deixar de fazer alguns rituais de beleza que a pandemia mostrou serem supérfluos, como pintar os cabelos brancos.
Quando o assunto é roupa, “conforto” virou a palavra da vez. Pelo menos 70% das pessoas que estão trabalhando de casa compraram roupas nos últimos seis meses, mas o foco é nas peças confortáveis — muitas disseram que pretendem continuar priorizando a comodidade mesmo quando precisarem voltar ao escritório.
Os números da pesquisa deixam a tendência muito clara: 44% dos entrevistados têm priorizado o conforto na hora de se vestir, enquanto apenas 5% disse se preocupar apenas com o estilo. O equilíbrio entre os dois é levado em conta por 55% dos respondentes.
O estilo hi-lo, do inglês high-low (alto-baixo), está com tudo. Ele preconiza uma mistura de peças e estilos, o que quer dizer que mesmo os moletons e as roupas de ginástica, misturadas a outras mais estilosas e elegantes, podem ganhar também o mercado de trabalho quando a pandemia passar.
Tratamentos de pele impulsionam o mercado de cosméticos
Apesar da crise econômica, o setor de cuidados pessoais e higiene experimentou um crescimento de 5,8% em 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.
A análise é que nos momentos de crise as pessoas tendem a se cuidar mais e a reparar com mais frequência nas marcas e sinais do tempo. O número de pessoas que passaram a fazer hidratação da pele com frequência ou usar sabonete específico para o rosto também apresentou alta.
A maquiagem, por outro lado, perdeu um pouco de espaço. Mas mais de 60% dos entrevistados disseram ter deixado de usar maquiagem porque não estão saindo de casa, o que quer dizer que muitos provavelmente voltem a consumir esses produtos quando puderem socializar com mais frequência.
Relação com o corpo foi revista
O período de isolamento também afetou a forma como as pessoas se relacionam com elas próprias. A maioria dos entrevistados declarou, ainda, que a pandemia alterou como eles se enxergam, tanto positiva quanto negativamente.
O aumento do estresse e da ansiedade no período contribuíram para que muita gente ficasse insatisfeita, mas algumas pessoas, ao contrário, afirmaram que o período foi uma oportunidade de se olhar com mais carinho e se aceitar.