Conheça a origem do termo que vem revolucionando a forma como as pessoas se locomovem nas grandes cidades.
Você já percebeu que o número de ciclistas aumentou nos principais centros urbanos do Brasil? Parte da causa desse crescimento vem da malha cicloviária que também foi ampliada no país, estimulando o uso de bicicletas compartilhadas como meio de transporte, não só uma alternativa de lazer ou atividade física.
Outras opções de equipamentos, como patinetes e bicicletas elétricas, também surgiram e ganharam o gosto do público. Esse conjunto de veículos faz parte do que chamamos de micromobilidade.
O conceito nasceu na Dinamarca, citado por Horace Dediu, analista de tecnologia que se pronunciou durante o Tech Festival de Copenhagen. Ele qualifica os meios de transporte que pesem até 500 kg e que não atinjam velocidade acima de 45 km/h, podendo ser motorizados, recarregados com energia elétrica ou de propulsão humana. Em resumo, enquadram-se na categoria os skates, patinetes, bicicletas, bicicletas de carga, monociclos e triciclos.
A motorização, nesse caso, é um atrativo para que as pessoas optem pela micromobilidade, pois possibilita percorrer maiores distâncias em relação às bicicletas comuns e também amplia o acesso, levando em conta o público que não tem condições físicas adequadas para guiar um veículo manualmente.
O uso desses transportes tem auxiliado, inclusive, na geração de renda, pois com as possibilidades de aluguel dos veículos eliminando a necessidade da compra, muitos indivíduos conseguiram trabalhar, ainda que de forma autônoma, com aplicativos de entrega, conseguindo atingir alguma perspectiva financeira, além do tempo ganho devido às vias específicas para a micromobilidade.
Há de se concordar que o futuro prevê o deslocamento urbano por meio da micromobilidade. Cidades ao redor do mundo adotam esses novos meios e, ainda que muitas opiniões estejam envolvidas no debate, como o caso do incentivo ao sedentarismo, eles são opções bastante pertinentes para cidades em que se vive com pressa e tendo de se desviar do trânsito nas principais vias de acesso.
Os fabricantes têm apostado em modelos ao redor do mundo que já vêm com mais artefatos que promovam uma maior segurança, além da interação com o usuário, por meio de assistentes inteligentes, que guiarão, por meio de mapas atualizados, fazendo com que o condutor saiba onde há buracos, postes e demais obstáculos nas vias pelas quais passar.
Equipamentos motorizados elétricos são ótimos para complementar os trajetos feitos por transporte público, pois em vez de o cidadão optar por ir de carro, devido ao fato de o trabalho não ficar ao lado do metrô ou ponto de ônibus, poderá utilizar o coletivo até o local de desembarque. A partir dali, ele pode optar por seu próprio equipamento ou alugar uma das opções disponíveis na região. A emissão de gases poluentes diminuirá, além de contribuir para o não aumento de congestionamentos.
Desde 2019, aplicativos de bicicletas compartilhadas já integraram as opções de outros veículos motorizados, ampliando o alcance e facilitando a vida dos usuários em centros urbanos. Mesmo com todos os benefícios ao meio ambiente, salientar o importante papel dessa possibilidade de deslocamento durante a pandemia da COVID-19 se faz necessário.
Isso porque optar por usar um meio de transporte compartilhado implica em diminuir o número de pessoas em um ônibus, por exemplo, evitando aglomerações e, consequentemente, reduzindo as chances de contágio pelo vírus.
Para um bom funcionamento desses novos meios, cabe também a expansão de ciclovias e calçadas em boas condições, para que tanto pedestres quanto os que optarem pela micromobilidade possam transitar sem sofrer riscos de se acidentarem. Afinal, pensar em mobilidade e futuro é pensar em preservação, inclusão e acesso.